quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Os albergues não são hotéis.

É importante recordar que na segunda noite da nossa viagem vamos ficar alojados numa residência de peregrinos (num albergue) em Santiago de Compostela. Este texto vai dirigido para aqueles que não estão familiarizados com este tipo de alojamento mais humildes... As condições são as mesmas que um pequeno hotel ou hostal de 2 ou 3 estrelas, mas os quartos são geralmente grandes espaços cheios de beliches (camaratas) onde dormimos no nosso saco-de-cama, sem lençóis e almofada (a não ser que a levem na mochila). As casas de banho são normalmente partilhadas, assim como a cozinha e sala de estar. É preciso ir com a mentalidade aberta a esta nova experiência e aceitar o desafio que é sair da nossa zona de conforto, posso garantir-vos que só aprenderão com isso. E quando chegarmos a casa, à nossa querida caminha, daremos um valor muito maior àquilo que temos. É este o espírito do Caminho de Santiago, que eu espero todos possam tirar o maior partido dele.


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Cidade da Cultura da Galiza

Eis aqui uma óptima alternativa para o Domingo da nossa viagem. Uma visita à Cidade da Cultura da Galiza. Esta  é um espaço arquitectónico, cultural e de entretenimento da cidade de Santiago de Compostela e fica a sensivelmente 15 minutos a pé do centro de Santiago.

O complexo reconcilia a conservação do património com a produção de conhecimento, investigação, criação e consumo cultural.

A Cidade da Cultura da Galiza nasceu em 1999 com o Concurso Internacional de Arquitetura para a sua construção no Monte Gaiás em Santiago ( mas a sua morosa e difícil construção só teve início em 2001) . Ganhou este concurso o famoso arquitecto Peter Eisenman pois o seu projecto apresentava um singulariada única onde se salientavam atributos tanto na sua forma plástica , na integração do projecto no local e na vontade de implementar esta Cidade da Cultura segundo as linhas que traçam as ruas de Santiago de Compostela. Este último facto foi muito bem conseguido e é de uma nota de excelência. 
A Cidade da Cultura ocupa hoje uma superfície de 141.800 metros quadrados e pode ser visitada todo o ano e por qualquer pessoa desde Janeira de 2011.
Para mais informações pode sempre consultar o site http://www.cidadedacultura.org onde, mais em cima da data da nossa viagem, estarão disponíveis programas que lhe podem interessar. 



quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Como saber quantas horas faltam para o sol se pôr?

Sem relógio, podemos saber quantas horas faltam para o sol se pôr (e portanto, quantas horas de luz ainda temos para caminhar) com este método usada pelos escuteiros.
Estender o braço e colocar a mão paralela ao horizonte, com o pulgar levantado e a palma da mão virada para si. Colocar o índice mesmo por debaixo da posição do sol e contar quantos dedos cabem até à linha do horizonte. Cada dedo significa uns 15 minutos de luz solar, de maneira que se há 8 dedos entre o sol e a linha de horizonte, temos ainda 2h de luz.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O cajado no Caminho

Olhe que interessante: se caminharmos numa velocidade média de 90 passos por minuto durante 8 horas, e se cada apoiada do cajado no chão diminuir nosso peso em 250 gramas, ao final da caminhada as pernas terão "economizado" 5.400 kg!!!! 


(aqui está o meu pai com o seu cajado durante o Caminho)


Porquê usar um cajado?
Pode haver a tendência de pensar "cajado? isso parece uma bengala e eu não sou velho nenhum não preciso disso para nada", pois bem o uso do cajado não tem nada a ver com a nossa facilidade ou capacidade de movilidade (e portanto, nada tem a ver com a nossa idade). A sua utilidade é:

"para subir e, principalmente, para descer o apoio permitido pelo cajado propiciaria um alívio aos tornozelos e joelhos. Tão importante quanto, daria um equilíbrio adicional na hora de ultrapassar poças de água ou lama ou saltar de uma pedra para outra. O peso da mochila, por deslocar o nosso centro de gravidade para um ponto que não estamos acostumados, acaba funcionando como um acelerador de quedas quando precisamos dar passadas pouco convencionais."


Os cajados podem ser comprados em várias lojas durante o caminho, ou podem ser feitos com ramos largos encontrados durante a Caminhada. Ter em conta que o tamanho do cajado é pela altura dos olhos e deve ser resistente mas não muito pesado.


Dicas?
- Alternar as mãos, mais ou menos meia hora cada uma para equalizar a distribuição de peso e de movimentação entre os dois lados do corpo
- Manter o braço e o ante-braço num ângulo de 90 graus
- Pousar e não bater a ponta do cajado no chão - O cajado acompanha a passada da perna oposta à mão que o segura
 - O pulso movimenta o cajado quando o terreno é plano
- A não ser que o cajado seja BEM resistente, nunca apoie todo o seu peso nele: se ele deslizar ou quebrar o tombo é certo.



A título de curiosidade... Na Idade Média, o cajado tinha um significado simbólico interessante. Representava a terceira perna, e também a terceira pessoa da Santíssima Trindade. O cajado era também usado contra animais selvagens e assaltantes.

info found in http://www.caminhodesantiago.com.br/artigos/cajado.htm and http://consolatajovem.blogspot.com.es/2010/07/caminho-de-santiago-conselhos-aos_28.html


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Apps do Caminho.

É verdade, o Caminho já chegou às novas tecnologias. Se bem que o objetivo seja desprendermo-nos delas, talvez estas app para smartphones nos possam ser de alguma ajuda.

- o banco BBVA pôs em marcha uma aplicação de geoposicionamento "BBVA no Caminho", através da qual o peregrino pode obter informação de utilidade para realizar o caminho. Este serviço oferece mapas e informação sobre albergues, pontos de interesse, eventos, caixas multibanco e lojas. Pode descarregar-se gratuitamente tanto pela AppStore do Iphone como pelo Android Market.

- Por outro lado, também existe o Guia Práctico do Caminho de Santiago de CONSUMER EROSKI, compatível com Iphone, IPod Touch e Ipad. Graças à experiência pessoal de um especialista, Consumer oferece ao resto de caminhante: os kms exactos, perfis de cada etapa, o que ver e fazer em cada localidad, assim como fichas com dados prácticos que mostram a oferta de albergues do Caminho.